26.11.2024
*Zé Garrote
Uma economia se engrandece não apenas com números enormes, mas principalmente quando se aprende a dar valor a seus ativos. Hoje eu quero destacar um ativo que a economia moderna nos ensinou que é essencial: as pessoas. Especificamente, um grupo que aparece pouco, mas muito faz. Um grupo valioso de pessoas que Goiás reconhece por suas marcas e seus produtos, mas nem sempre estão visíveis para serem valorizados: os industriais goianos.
Entro neste assunto por um importante motivo. Terei o orgulho de representar nossos empresários neste mês, de 25 a 27 de novembro, em Genebra, na Suíça, em um evento internacional, como presidente do Conselho da Adial (Associação Pró-Desenvolvimento Industrial de Goiás). Este evento em questão é na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) – onde participaremos do 13º Fórum de Empresas e Direitos Humanos. A Adial vai assinar o Pacto Global da ONU, reafirmando o compromisso da instituição com práticas responsáveis e sustentáveis
Na mesma oportunidade, o nosso presidente-executivo, Edwal Portilho (Tchequinho), participa de painel sobre a implementação de direitos humanos nas cadeias de valor, no qual abordaremos as iniciativas da entidade e seu impacto na agenda ESG, com ênfase na proteção dos direitos humanos ao longo das cadeias produtivas em Goiás.
Neste evento mundial de grande relevância, assim como em todas as ocasiões em que represento a Adial, minha presença não é apenas em nome pessoal, mas em nome de todos os industriais goianos. Quero ser a voz de milhares de empreendedores que, diariamente, acordam cedo, são os primeiros a chegar às suas unidades e os últimos a sair. Represento famílias que, há gerações, carregam no sangue o DNA industrial de Goiás, enfrentando desafios e assumindo riscos para manter viva a força da nossa indústria. Segundo dados da RAIS, essas indústrias sustentam, direta e indiretamente, mais de 1 milhão de pessoas, gerando renda e desenvolvimento para o estado.
A Adial estará presente porque a indústria goiana sempre merece ocupar os grandes palcos e participar dos grandes debates – afinal, a indústria goiana é gigante. Sua evolução ao longo das décadas é impressionante. Nos anos 1970, ocupávamos uma posição modesta, figurando no rodapé do ranking industrial brasileiro. Desde então, com profissionalismo e determinação, conquistamos a segunda posição setorial no PIB do Estado e nos tornamos o 7º maior parque fabril do Brasil – números atualizados nesta semana que refletem nossa força e relevância.
Essa expansão industrial ajudou a manter, entre 2002 e 2022, segundo o IBGE, o crescimento médio do Estado em 2,9% ao ano, o dobro da evolução da economia brasileira – acumulando avanço de 77% no período. Um avanço extraordinário. Entre outros méritos, o nosso setor transformou a narrativa. Goiás era um Estado agropecuarista, e hoje é um Estado agroindustrial – é uma disrupção, mudamos um pilar da economia.
Mas os números valem menos do que as pessoas. Agradecemos a confiança dos operários aos líderes de empresas e das entidades, assim como aos membros do nosso valioso Conselho da Adial. Temos uma missão que é levar a bandeira de Goiás e honrá-la – e agora, com o selo de Pacto Global da ONU, o qual vamos espalhar por cada indústria em nosso Estado – fortalecendo políticas de equilíbrio social, ambiental e em prol do desenvolvimento.
*Zé Garrote é empresário e presidente do Conselho da Adial
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